quarta-feira, 10 de maio de 2017

CRôNIQUETA DE MAIO (reeditada)

Fotografia: Clô Zingali


Ei, presta atenção: Vambora fazer a hora? é maio. é maio e talvez não importe que ele tenha chegado tão rápido. mas talvez. talvez a velocidade com que o tempo passa. a força do tempo passando. talvez as folhas por cair, o frio nas ruas. as noites com fogueira. pinhão na brasa e casacos pelos cantos todos. talvez isso. talvez não. de novo é maio e de novo noivas, mães, e até as flores de maio. a pele e o tecido sobre a pele. até a que todos os dias teço. trama por trama. as paredes que fazem a casa. coisas que entremeio caem e entremeio voltam. campos e fomes. passos aos dois anos. mãos dadas ou não. outros maios. outras cores. até as mãos um dia nas cordas de um violão. as mãos agora na corda do violão. as pausas. a música sempre. de novo é maio: no jardim ou atrás dos muros da casa. debaixo do que é terra, debaixo do que é semente e adubo. na água que espelha em nitidez o céu, e até na pedra. de novo é maio e maio é flor e é flor da pele. é caminho para o infinito entre bordados de fiar, desfiar e fazer história que um dia será lembrança. aqui ou em Pequi. coração juventude e fé. hora de saber a hora e fazer acontecer. na linha, no buraco e na ponta da agulha, fazer acontecer um desejo que corta, projeta e faz chão pra amanhã primavera. vambora fazer a hora?

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