terça-feira, 28 de julho de 2015

quarta-feira, 22 de julho de 2015

ROMANCEAMENTOS


ROMANCEAMENTOS


não é pelo relato dos juros, correção monetária ou pelo dinheiro que me chega via caixa postal; mas porque devo admitir, embora muito me custe, que sibilo ainda ao lembrar dele. faço isso contínua e silenciosamente. é inútil. mas não é estranho. modelo o barro e me embalo na rede antes e depois das febres como um rubro gesto de atear fogo em abismo. aqui não brisa tanto e, ainda assim, permaneço equivocada e conjugando verbos manuelinos. é então que tomo, sem pestanejar, o trem noturno para Lisboa. nada mais de albergue espanhol ou balas de caramelo. o closet passou a língua nas coisas, o amor ficou nos tempos do cólera e eu na antiga cadência. no fogo que o vácuo fez.

domingo, 19 de julho de 2015

SÉRIE DESABAFOS INCONFESSÁVEIS 1




 "A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana"   
                                      Nelson Rodrigues 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

CRONIQUETA DE JULHO





Croniqueta de Julho


De novo é julho. É julho e talvez não importe o que eu poderia falar: as chuvas que não cessam, o frio lá do norte, o frio daqui ou as perspectivas para o próximo ano. Tudo isso porque, de novo é julho. E de novo e eu não tenho outro assunto que não seja o amor. Esse tecido que cobre minha pele e que quero desmanchar. Trama por trama. As paredes que fazem a casa onde estou e que desejo ver ruir para estar só. Tudo quer voltar. Até os passos que não dei aos 2 anos. Até as mãos nas cordas do violão um dia. As cordas me trouxeram até aqui e eu estou dentro delas. Estou dentro das cordas do violão. Nas linhas do tecido. Elas levam ao infinito e eu estou dentro delas. O caminho para o infinito é cheio de bordados; desenhos no tecido que eu tenho que desfiar para seguir. Estou costurada nas paralelas. Dentro do buraco da agulha. E o amor que sinto desejo que corte. Que seja faca, tesoura. Que corte o tecido bem no meio das linhas e me deixe pendurada nas bordas. O tecido todo esparramando no chão. Eu desfiada na ponta da agulha. Eu ressoando no timbre das cordas. Eu reluzindo dentro dos olhos. Bordada em osso. Bordada em carne. Atrás, uma canção de tardes e noites.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

TURBULÊNCIA VIRAL

TURBULÊNCIA VIRAL




de viés, sob o baixo dos olhos, o homem faz silêncio. se perguntasse, diria que, ainda que inexata, sinto agora estar mais demonstrável. por exemplo: aceito a ideia da mente como máquina de fazer relevâncias; sigo aberta e precipitada. exagero nas cores do que me anima e na amplitude do meu abandono: ossos e músculos me carregam sob alcunhas diversas. estou quase em paz. se ele, debaixo dos olhos, perguntasse, diria ainda que com mais ou menos ferrugem nos nervos, ainda sou volúpia e aconchego; fertilidade e seca. diria bem calma e pausadamente, que em cada palmo de mim o sol brilha e se apaga; que acato flores de cerejeira e revoadas de pássaros. aceito e acato o que chega e o que vai. procuro nas coisas vagas, cadência; e se for preciso, eu brigo. ele, de olhos baixos, talvez anotasse coisa qualquer no papel. talvez escutasse.

sábado, 4 de julho de 2015

PROSA DESARTICULADA EM SI MAIOR




PROSA DESARTICULADA EM SI MAIOR 


se de acaso em acaso respiro e transpiro, virada em palavra sigo dentro de um tempo que me soa agora mais determinado. em meio ao que me varre e assusta deparo com a ideia de esvair e secar. da profusão do mergulho na cheia da maré, da composição, da melodia e de juntar as coisas segundo um critério. em meio ao que me voa e assombra deparo com um olhar.  a beleza e o vazio de um olhar. no mais, mesmo que eu estranhe, talvez tudo seja leite derramado sobre natureza morta. choque e ausência de cor. vento e vertigem. se a vida é mesmo bobagem e irrelevância, liberdade e impotência, eu sigo. acho que viver é inspirar e seguir. 

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