sábado, 27 de fevereiro de 2016

OUTONIAS de amor em prosa


um pouco sonâmbula e desgarrada... sim. mas, se fosse comida, dentro da gaveta e até no poema, claro que seria sorriso dentro dos olhos, boca na pele e som da voz tilintando dentro. é claro que sim, se fosse desenho, haveria um canto para encantar e preencher. fosse sonho, ainda que acordado, haveria taças na mesa e a cor seria rubro. seria pele e roçar de pelo e, se viesse o sono e uma pontinha que fosse sonho, haveria café para imaginar e fazer durar mais essa fração; e se acaso durasse, vapor súplica e assovio, apesar da exatidão matemática e das flores, ainda estaria aqui. presa entre hábitos, maravilhas e aberrações.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

SOBRE ORFANDADES



Ilustração: Kátia Canton
enquanto, na cochia, me azula o amor que sinto; ao fim de tudo, de todas as coisas, ao fim e ao cabo, resta um abismo e uma angústia: se não se salta, não se compreende. talvez por isso é que eu desmato o caminho e sibilo entre saltos pequenos e outros nem tanto; enquanto, no banheiro, um pernilongo inerte morre aniquilado.


estou descolonizada: captação, síntese e invenção são fronteiras com que deparo na orfandade. é o fim do ato? onde ficam as saídas? 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

PROSA DE APINÉIA AMOROSA PARA DOMINGO PÓS-CARNAVAL




prosa de apinéia amorosa para domingo pós-carnaval :)



a ideia que tenho de ti é de nevoeiro no topo da serra. de greta em meio a paisagem e ao que dela abstraio enquanto, entrementes, alisa os cabelo com as mãos. há uma vastidão que dilata a ideia de silencio enquanto seu olhar demora no meu.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O DICIONARIO DAS TRISTEZAS OBSCURAS


Dias atrás deparei com um post no Facebook sobre o trabalho de um artista no que ele nomeou de O Dicionário das Tristezas Obscuras.Criado pelo artista John Koenig, o Dicionário das Tristezas Obscuras, é uma coleção de palavras inventadas, que servem para oficializar emoções que as pessoas sentem mas não conseguem explicar. Visitem o site! eu fui atingida em cheio pela criação de Koenig :)  palavras cordão para um tanto de coisas que não dá pra nomear... e não resisti!!! fiz um escritinho misturando algumas delas :) espero que gostem!!


RELATOS AGORA NOMEÁVEIS

Acordei tomada de adronitis. o tempo passo e penso em quanto tempo leva para ter a sensação de conhecer alguém? não sei... estou com ambedo, absorta de tal modo com alguns pequenos detalhes da vida e sua intensa fragilidade, que tenho ganas de anchorage, sabe? de segurar esse tempo que corre e me me desequilibra bem no meio da correnteza.  é pura anemoia; a nostalgia de uma paz que desconheço um dia ter vivido!

 Lembro de amigos reunidos em algum lugar do passado e já é anthrodynia me invadindo e me fazendo ver o quão esquisito se pode ser. É humano e ainda assim vem esse estado de quase exaustão. uma onda de ballagàrraidh traz a ideia da força que há em mim para resistir à domesticação. Eu não quero ser domesticada! Súbito me invade uma sensação antiga: de ecstatic shock, sabe?

É então que me deixo invadir pelo olhar de relance de Dipsy e Arnica. Tão afeitos a mim. Tão vívidos na sua vida cã. Sou invadida de ellipsism por desconhecer como as coisas vão terminar. Não adianta e não importa, mas olhar para o futuro e ser tomado de uma onda de énouement tem no mínimo, um sabor agridoce. E eu, embora adore sentir na papila sal e doce misturados... enfim!

Saber onde vai dar e ainda assim ser incapaz de conter o fluxo de suas ações é uma uma coisa agridoce ;) o eu de hoje e ou eu de amanhã não sabem conversar.... e tudo piora quando vem exulansis. Falar para quê? 

Ao fim e ao cabo, ao olhar para o lado o que sobra é um estranho sentimento de gnossienne: impossível atingir a couraça do outro! e então a solução é jouska jouska jouska jouska: uma conversa hipotética e convulsiva comigo mesma e que repito sem parar até que ceda essa sensação. No fim talvez tudo seja questão de tentar aprender a lidar com kairosclerosis - quando se percebe conscientemente que está feliz e se depara com questionamentos esquizofrênicos sobre felicidade e vai vendo sua hipotética felicidade consciente se dissolver bem embaixo do seu nariz e consciência!!!! 

Felicidade é inconsciente. E é passageira. ponto! Pura sensação de kenopsia; que é o que sinto quando olho para Tucksland; o povoado em que vivo, e que tem agora essa atmosfera algo misteriosa e desamparada de um lugar que foi e já não é. 

Mas ainda assim é bom estar aqui. Me invade às vezes uma onda de lachesis e admito a possibilidade de ser atingida por um desastre – sobreviver a uma queda de avião, ou perder tudo de forma irremediável... mas o que há de lutalica em mim quer crescer, e é absurda a ideia de que se eu escapar de uma categoria entro em outra. Isso é real e irremediável. Exato como disse meu analista: em alguma estatística você vai cair!

 Então o quê fazer? entre a mimeomia e monachopsis... o que fazer? Frustração por me encaixar ou não em um estereótipo e a sensação sutil mas persistente de estar fora de lugar... Nodus tollens: o roteiro da minha vida já não faz o menor sentido! 

Não bastasse vem pior: onism. a frustração de estar presa em apenas um corpo que habita apenas um lugar por vez. Depois da opia que senti quando olhei nos olhos de Edgar... putz... que fazer com a intensidade ambígua de se olhar alguém nos olhos, e se sentir simultaneamente invasivo e vulnerável. Fui invadida. Penso nele e um sentimento de sonder me invade. O que fazer se cada pessoa tem uma vida tão vívida e complexa quanto a sua – populada por ambições, amigos, rotinas, preocupações e loucura? Só scabulous te salva: Sentir orgulho de uma cicatriz. Como um autógrafo dado a você pelo mundo. Mas nada disso impede the bends e a sensação frustrante de perceber que não se está proveitando uma experiência tanto quanto deveria. 

Queria talvez acreditar em waldosia. Em pensar que alguém no meio de uma multidão, está procurando uma pessoa específica. E é esse exatamente por esse motivo que acontece o encontro; mas nada muda o sentimento de zenosyne: a sensação de que o tempo está passando cada vez mais rápido e yu yi quer te invadir. Algo intensamente novo por  favor!!!!  

O fato é que tudo muda o tempo todo mas nada muda occhiolism e o dar-se conta da pequenês da perspectiva aqui e da impossibilidade de chegar a qualquer conclusão significativa sobre o mundo, o passado, as complexidades da cultura ou do amor. 

A solução pode ser iniciar por reverse shibboleth e a prática de atender o telefone com um “alô?” genérico, como se você soubesse quem está ligando e não se importasse. O que pode sobrar dessa experiência? Rückkehrunruhe; que é o sentimento de voltar para casa depois de uma viagem imersiva, e perceber que toda a experiência já está desaparecendo rapidamente da sua consciência. Mas calma... Existe chrysalism e a tranquilidade confortável de se estar dentro de casa durante uma tempestade. Isso é muito bom! 

E Des Vu para começar a acabar :) porque sim: isso tudo um dia vai virar lembrança. e virá, certamente, lalalalia. sim... e você vai se dar conta, enquanto fala sozinho, que outra pessoa pode estar vendo ou escutando, e você vai se ver transformando suas sérias palavras em algum cantarolar sem sentido. 

Um dia se importará menos com as coisas. sentirá liberais, e todo esses sentimentos conjugados e nomeáveis terão a graça de agora serem nomeáveis e você apenas desfrutará da alegria de tomar um sorvete em frente ao mar num dia qualquer de verão. 

Postagem em destaque

SOBRE QUESTÕES RESPIRATÓRIAS E AMORES INVENTADOS

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