terça-feira, 29 de setembro de 2015



DE CERTA OBLIQUIDADE DE UM OLHAR

fonte: www. POSSE.pt
http://apfp.blogspot.com.br


meus olhos vendados agora podem espiar rumores pela trama do tecido. de esguelha (1), o amor fez um breve ensaio nas páginas de uma revista científica. sobrei entre as circunstâncias do esquecimento e da covardia no exato parágrafo 15. maiores explicações no pé da página.

(1) esguelha: Oblíquo, de viés; Andar de esguelha = andar desconfiador, olhar de esguelha= olhar de lado, olhar enviesado; Olhos tortos. Voce só nos olhava de esguelha; Sinônimos:  soslaio   obiiquidade   esguelha   °esguelha   detravés   través   viés   flanco   envies   enviés   diagonal ; s.f. Característica ou estado do que é oblíquo; soslaio ou viés; Tecido cortado de viés; loc. adv. De esguelha. De uma maneira oblíqua; obliquamente; Andar de Esguelha (com alguém). Demonstrar desconfiança; que não está em harmonia com alguém. (Etm. do grego: skólios.á.ón); esguelha, (guê) f. Través; obliquidade. Soslaio. (Do gr. skolios?); Sinónimos: través

terça-feira, 15 de setembro de 2015

MAGDA


MAGDA
do livro 40 Possíveis Maneiras de se Descascar uma Mulher (2008)

 uma das ideias para a capa... trabalho do amado Estevão Teuber :)
eu e o cartaz de divulgação :)

o trabalho gráfico final e as gentis palavras de Amilcar Neves :)

Magda, uma das mulheres... para OuVer :)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

EX-VOTO, ADÉLIA PRADO





Adélia Prado - Ex-voto
Na tarde clara de um domingo quente, surpreendi-me
Intestinos urgentes, ânsia de vômito, choro
Desejo de raspar a cabeça e me por nua no centro da minha vida
E uivar até me secarem os ossos
Que queres que eu faça Deus?


Quando parei de chorar, o homem que me aguardava disse-me:
Voce é muito sensível, por isso tem falta de ar!
Chorei de novo porque era verdade e era também mentira, sendo só meio consolo



Respira fundo, insistiu !
Joga água fria no rosto, vamos dar uma volta, é psicológico



Que ex-voto levo à Aparecida se nao tenho doença e só lhe peço a cura?
Minha amiga devota se tornou budista. Torço para que se desiluda e volte a rezar comigo as orações católicas.



Eu nunca ia ser budista!
Por medo de não sofrer, por medo de ficar zen
Existe santo alegre ou são os biógrafos que os põem assim felizes como bobos?



Minas tem coisas terríveis.
A serra da piedade me transtorna.
Em meio a tanta rocha de tão imediata beleza, edificações geridas pelo inferno, pelo descriador do mundo.



O menino não consegue mais, vai morrer, sem força para sugar a corda de carne preta do que seria um seio, agora às moscas.


Meu coração é bom mas não aceita que o seja.
O homem me presenteia.
Porque tanto recebo quando seria justo mandarem-me à solitária?



Palavras não, eu disse. Eu só aceito chorar!
Porque então limpei os olhos quando avistei roseiras e mais o que não queria, de jeito nenhum queria aquela hora, o poema, meu ex-voto.
Não a forma do que é doente, mas do que é são em mim.
E rejeito e rejeito premida pela mesma força do que trabalha contra a beleza das rochas.



Me imploram amor Deus e o mundo.
Sou pois mais rica que os dois.
Só eu posso dizer a pedra: És bela até a aflição!
O mesmo que dizer a ele: Sois belo, belo, sois belo.



Quase entendo a razão da minha falta de ar
Ao escolher palavras com que narrar minha angústia, eu já respiro melhor.



A uns, Deus os quer doentes, a outros quer escrevendo.

Postagem em destaque

SOBRE QUESTÕES RESPIRATÓRIAS E AMORES INVENTADOS

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