segunda-feira, 24 de abril de 2017

OPALINA 2




Fotografia: Clô Zingali


há talvez uma opalina na matriz do olhar. uma alquimia que matiza em azul e faz desdobrar em enigma. depois, há no branco uma espécie de oscilação: sobrevivência e alguma brisa. há um permear pelo ocaso. pelo acaso de estar no momento. sol que cai. eu dentro. por isso garimpo e cavo a terra em busca do que freme e não do que brilha. de impulso e de ar. de sal e doce. porque preciso ter fome. isso nada tem a ver com a altura do morro ou as curvas do trajeto. nada que se possa calcular. se pondero e peso algo com minhas próprias mãos é porque talvez eu seja desenhada em ousadia e nitidez. todo contorno derivado do fluxo discreto da letra, pela forma integral da palavra e pelo que lhe dá impulso. no que sobra, sou caminho, cascalho que barulha sob meus pés e o barulhinho das ondas que chega no quintal de casa. sol que cai. eu dentro. na matriz de cada olhar, viagem e pernoites. dia seguinte, café.

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