segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PRÊMIO JOINVILLE DE LITERATURA - Crônica publicada no Jornal A notícia em 10 de dezembro de 2009.

PRÊMIO JOINVILLE DE LITERATURA


Quinta-feira, 03 de dezembro, aconteceu no Anfiteatro da Biblioteca da Univille, a 6° edição do Prêmio Joinville de Literatura. A novidade dessa edição é justamente a participação da Univille através da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários que agora se une ao departamento de Letras, ao programa de extensão Proler e a Mercado de Comunicação para a realização do concurso. Todos unidos para abarcar a movimentação literária e cultural que ocorre na cidade por conta disso. É algo que, como eu disse a respeito da feira do livro de Porto Alegre, não pode passar sem se comentar. Por que? Porque ano a ano a ideia se amplia, os talentos se ampliam e o evento ganha dimensão. A edição atual teve 391 inscritos (o dobro da última edição), participando na categoria poemas e também contos e crônicas. Uma novidade também que se reforça esse ano é a integração de outros municípios, envolvendo Araquari, Barra Velha, Barra do Sul, Campo Alegre, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itaiópolis, Itapoá, Jaraguá do Sul, Mafra, Massaranduba, Monte Castelo, Papanduva, Rio Negrinho, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroeder. E o desejo da palavra vai diluindo os limites. Foram 6 vencedores nas duas categorias e mais 4 menções honrosas. Para aqueles que tiraram seus textos da gaveta, ou que escreveram pela primeira vez incentivados pela ideia, ou que já caminham nessa seara, o que fica é o que o trabalho proporciona. O espaço que se abre para aqueles que fazem da palavra escrita sua maneira de comunicar, de dar a ver. Que desencadeia a produção de textos e faz circular a palavra. Como colocou a pró-reitora de extensão e assuntos comunitários da Univille, Berenice Rocha Zabbot Gracia, “o concurso abre um momento de reflexão sobre a arte e permite que a sociedade se torne mais leitora, crítica e comprometida com a realidade social”. Ana Ribas Diefenthaeler, coordenadora editorial do Prêmio, coloca que a literatura se faz entre amigos. Elas estão certas. Acima de tudo são pessoas que se fazem amigas da e pela palavra - fazendo dela sua forma de expressão - e fomentam a ideia de uma sociedade leitora. Como Ivan Ferraz Lemke, primeiro lugar na categoria poesia com o poema “Membrana”. Ele disse entre a surpresa e a alegria, “procuro ler mais do escrevo”. Juntamente com ele, Gleber Pieniz, Melanie Peter, Denise Warneck, Jefferson Kielwagen, Fernanda Lange, Claudio Vittória, Philipe Hugo Fransozi e Joyce Jaqueline Diehl. Todos eles e mais todos os outros que participaram descascados em seus textos e fundados na palavra. Palavra que silencia, que corta, que arrebata e então nos faz pensar ainda mais na beleza desse Prêmio. No que ele oportuniza para quem se dedica. Termino deixando alguns versos do poema premiado de Ivan. A prova de que a poesia é imagem. Imagem que a gente pinça no revés da vida e transmuta. E Ivan fez isso com maestria.

MEMBRANA

“Minha tarde é um cachorro na sombra

E olhos molhados pelo asfalto onduloso

É uma montanha levantando o braço

Poeira alcançando o branco, cor-camaleão”



O poema na íntegra mais todos os outros premiados farão parte de uma coletânea que é editada pelo Prêmio, a cada dois anos desde o seu início. O próximo é para 2010. Para Taiza Mara Rauen Moraes, professora e coordenadora do Programa Institucional de Incentivo à Leitura (Proler/Joinville) o aumento no número de inscrições comprova a necessidade da manutenção e fortificação do Prêmio. As possibilidades estão lançadas. Dentro de cada um que esteve envolvido com ele e que, premiado ou não, traz em si o desejo de se pronunciar através da palavra. É como disse Ana Diefenthaeler “Ano que vem tem mais. O Prêmio só vai acabar se as pessoas deixarem de escrever”. E tanto mais escreverão se continuarem lendo. Não tem jeito dessa equação não se fazer assim. Quem ganha com isso? Todos nós.

2 comentários:

  1. Oi, Clotilde, que ótima essa iniciativa... A Literatura, nesse caso, tem duas vias. A que estimula o talento do escritor e aquela que cria uma categoria de leitor consciente e, quase sempre, próximo à realidade do que se escreve. Muito bom, mesmo!

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