SINAL FECHADO
Dezembro, 24. Mais uma vez é natal. Repetição e possibilidade de enxergar diferente a mesma coisa, a mesma situação. Para talvez poder se surpreender. Pelas nossas atitudes ou pelas dos outros. Simples assim. Salve Lenine! Todos os dias tem isso. O natal é um data que traz isso; e junto, traz aquilo tudo que a gente empresta dos outros e também dos momentos, para agregar às nossas fantasias e dar sentido às nossas vidas. Se podemos emprestar a loucura, o corre-corre, os presentes, os panetones (e a vida que às vezes acaba em panetones caríssimos!), de outro lado podemos emprestar o desejo genuíno de olhar para o nosso desejo. O desejo de representar no mundo da fantasia o NOSSO desejo mais de dentro. Silenciar um pouco diante da correria para nos escutar e, quem sabe, escutar o outro. Tentar subtrair um pouco as armaduras tantas. Como na música “Sinal Fechado” de Paulinho da Viola, que diz que no nosso corre-corre estamos “sempre a cem”. Se deixar surpreender com algo. Enfiar nossas mãos na terra e sentir. Eu convido você. Convide alguém. Surpreenda-se. Ao invés só do fluxo doido do consumo, da correria, das obrigações: estancar no vermelho. Deixar um pouco de seguir a tropa. Buscar um afortunado encontro com seu dentro. Aproximar-nos das pessoas com quem convivemos e que às vezes, pouco sabemos delas; e, de algum modo, nos deixar nortear pelo “sinal fechado” de Paulinho da Viola:
“olá, como vai?
eu vou indo, e você, tudo bem?
tudo bem, eu vou indo correndo pegar meu lugar no futuro e você?
tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqüilo, quem sabe?
quanto tempo
pois é, quanto tempo...
UMA BOA NOITE DE ENCONTRO PARA TODOS NÓS :)
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