quinta-feira, 28 de abril de 2011

A ÓTICA DE ADRIANA


Adriana ultimamente tem pensado em rimas. Em combinar e (des) combinar. E vai dando asas para o seu olhar. Um anel feito de uma raiz qualquer que boiava no rio. Um caranguejo cozido na cerveja. Degustar. Muitas braçadas no alastrado do mar. As ondas do mar. Um chocolate. Um livro cheio de aventuras de se perder e se achar. Milhares de palavras. Um enorme ponto de exclamação ou os raios do sol. Dourar e aquecer. Iluminar. Mãos debaixo do cabelo. Um abraço de enrolar os braços. De se perder e se achar. Um poema. Uma música para dançar e se encantar. Uma rede para balançar. Um balanço para ninar. Uma comidinha feita em casa. Um copo de água que mate a sede. Um beijo cheio de sede. A mão quando for preciso. Também o colo. A mão para caminhar. Navegar. Ver os peixes no fundo do mar. Temperos frescos para cozinhar. A margens das coisas. Dunas de uma praia. Todas as praias. Barcos. Velas e claustros. Todas as florestas. Os rinocerontes. As sombras que guardam. Fontes para se banhar. As noites e as manhãs. Estórias e histórias. Flores de todas as cores. Pétalas. Vôos de pássaros. Cantos e silêncio de pássaros. O barulho do mar. Uma concha para guardar. Cócegas para brincar. Uma letra de música que derrame lágrimas. Esboce sorrisos. Um esboço de casa para guardar. Manga. Fruta do conde e um pé de jatobá. Uma palavra sussurrada. Um hino para cantar. Faca boa de cortar. Um violão para acompanhar. Roda de samba, de capoeira e berimbau bom de escutar. Cheiro e gosto de pimenta. Lugar de se esconder e se achar. Uma criança. Um cavalo solto no pasto. Rebanhos para apreciar. Superfícies para caminhar. Caminhos de se perder e se achar. Coisas para se desvencilhar. O que se quer. O que não. Uma quadrilha para bailar. Uma casa para voltar. Um beijo de arrasar. Pecados pequenininhos. Um balão colorido subindo para o céu. Contas para pagar. Um terreiro para o olhar. Dúvidas para acalentar. Alguma dor para sentir. Fome. Ânsia de paz e de guerra. O sorriso de um menino. Uma corda para amarrar. Um nó para soltar. Uma pedra para atirar. Uma mentira para ocultar. Segredos para descobrir. Paisagens para desvendar. Quintal. Uma cadeira para recostar. Muitas janelas por onde olhar. Janelas para o vento entrar. Janelas para fechar. Cadeira de balançar. Uma máquina para (des) calcular. Panela boa para grelhar. Um samba de se acabar. Um jardim para plantar. Alguém de quem cuidar. Um vício ruim de tirar. Uma raiva de espumar. Espuma para se banhar. Uma pedra para lascar. Muita lenha para queimar. Fogueiras para se engraçar. Um pau de barraca para chutar. Uma cabana para descansar. Toda a vida que há no mar. Um sorriso para fazer chorar. As rugas de um olhar. Tempo para escutar. Um pedaço de pano para enxugar. Alguma monotonia para cansar. Tinta para desenhar e mudar. Portas para destrancar. O que nem sempre se pode escutar. E a doce surpresa de morar no seu olhar. Se perder e se achar. É isso, mais todas as entrelinhas, que Adriana diz no ouvido de Vítor. Ele sorri sem ao certo escutar. Das coisas que ele tem para dar, ela só pega o que esvai na fumaça das horas e ele nem vê. E nem pode alcançar. O que pode queimar. O que não dá para segurar e nem teria cabimento ocultar.

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