quarta-feira, 12 de outubro de 2016

ANARQUIPÉLAGO

ANARQUIPÉLAGO
Submersas e móveis
ilhas isoladas
sob um sol submarino
no solstício de dezembro.
Não há caravelas
nem argonautas,
apenas náufragos
em águas estrangeiras.
Loucas e líquidas latitudes,
mil mares inavegáveis.
Cinco ilhas livres:
entre elas, no fundo indizível,
vive,
no mar de fuligem, Le Bateau Ivre.
Guarda (contrabando na carga)
palavras como âncoras corroídas,
ossos e um mundo fora de prumo.
O velame de velcro avisa
a vagabundos visionários e intempestivos
que só se navega de verdade
verticalmente.
Ilhas em fuga
afundam a teoria dos conjuntos,
a falácia dos mapas,
o sentido da história,
os gozos memoráveis.
Tantos portos,
tantas palavras
e nenhum destino.
E se todo caminho for (clan)destino?
 JOSÉ ANTONIO CAVALCANTI

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